domingo, 2 de maio de 2010

Mensagem inicial


O popular e o erudito na concepção do PROPLAM – UFCG

O projeto “Orientação comunitária sobre plantas medicinais” (ou “PROPLAM – PROjeto de PLantas Medicinais- UFCG”) constitui uma proposta pioneira de estudo fitoterápico e incorporação de saberes populares e acadêmicos ao âmbito do município de Campina Grande-PB. O estudo busca a aplicabilidade prática dos saberes acadêmico-científicos acerca das propriedades terapêuticas, interações sinérgicas, dosagem e preparo correto de plantas medicinais.

Aliando o conhecimento científico às principais ocorrências das comunidades em estudo, o projeto prevê uma série de abordagens que possibilitarão maior acesso e aplicabilidade da fitoterapia à população.

A troca de experiências com representantes da terceira idade, donas-de-casa, educadores e outras pessoas da comunidade, em conjunto com o acompanhamento dos profissionais do PSF proporcionarão aos acadêmicos conhecimentos acerca da temática social: os saberes populares, seus mitos e suas verdades relacionados com as patologias mais freqüentes. Além disso, o devido conhecimento dos fitoterápicos e plantas medicinais, ainda muito pouco discutidos nos cursos de graduação e no cotidiano dos profissionais da saúde será uma meta de nosso Projeto.


A retomada da Fitoterapia nos últimos anos ocorreu em função de uma série de fatores. Dentre eles, podemos citar: os estudos científicos que comprovam sua eficácia, segurança e efetividade; a facilidade de acesso às plantas medicinais; a crença da população na sua eficácia e segurança, uma vez que a fitoterapia se encontra dentro do contexto cultural de cada família e faz parte de uma tradição que tem sido repassada de geração para geração; os altos custos dos medicamentos alopáticos; a falta de medicamentos nos serviços públicos de saúde; a busca por terapias mais naturais, integrais e sem ou com menos efeitos colaterais.


É necessário saber que a Fitoterapia baseia-se no mesmo princípio do medicamento alopático que é a cura através de princípios ativos que também podem ter efeitos adversos, o que demanda cuidados. É preciso superar o mito de que a planta se bem não faz, mal também não faz. Quando não se utiliza dose correta, preparação e via adequada, a planta, mesmo sendo medicinal, poderá causar transtornos ao indivíduo, podendo mesmo ocorrer uma intoxicação. Devido a isso, desde já, devemos ter a concepção de que PLANTA MEDICINAL É UM MEDICAMENTO e como tal deve ser usada corretamente.

De fundamental importância, portanto, é transmitir a mensagem à população desinformada por meio de palestras, panfletagens, atividades educativas, recursos audiovisuais reais e virtuais (o blog TERAPIA-VERDE, por exemplo.

Além do menor preço, da proximidade e da constância da planta no entorno das residências, há, também, a vantagem do profissional de saúde dispor de outras possibilidades de tratamento, bem como a simplicidade de se fazer remédios caseiros com as plantas medicinais.

Produzir fitoterápicos no município pode ser uma fonte de emprego e renda, já que necessita de pessoas para o cultivo e o processamento da matéria-prima e para a manipulação dos medicamentos. É necessário compreender o conceito de saúde numa perspectiva holística e vê-la como o resultado da qualidade de vida das pessoas.

A implementação e o fortalecimento da Fitoterapia nos serviços de saúde é uma questão de cidadania, em especial na nossa região, carente de recursos materiais, porém rica em cultura e em conhecimentos populares sobre plantas de uso terapêutico. Com isso a população se beneficia pelo entendimento da intervenção médica no seu organismo, no sentido de que ele saia do papel de passividade e seja um agente ativo no cuidado de sua saúde.

[Niedson José; Galba Rafael]

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